Carpe Diem

Nunca fui fã de poesia. Aí decidi fazer faculdade de letras. Na verdade, continuo naum sendo fã. Mas pelo menos naum detesto. Aprendi a entender, admirar, mas ainda naum eh algo q axo foda. Concordo q eh mto mais interessante do q eu axava antes. Enfim. E foi num aula de latim que conheci uma das mais interessantes filosofias de vida que pude encontrar através da poesia. Provavelmente vc ja ouviu a expressão CARPE DIEM, e se ja, sabe o q ela significa. Se vc eh um et e/ou um sem cultura, e naum conhece, ta, eu explico. A expressão em latim significa algo como APROVEITE O DIA. Sempre axei mto interessante, e acreditei q seguia sua sugestão. Porém, nas aulas na facul, descobri q naum eh bem assim.
A expressão passou a ser utilizada como filosofia pelo poeta Horácio q viveu entre os anos 65 e 8 a.C. Na verdade, o q Horácio sugere, eh q devemos aproveitar a vida, q eh breve. Mas isso deve ser feito com moderação, sem muitos triunfos, sem riquezas, utilizando o justo-meio-termo. Segundo ele, vivendo comedidamente, aproveitamos cada momento. O dia seguinte pode não chegar, e o tempo que temos disponível eh curto. Não se deve alimentar esperanças em realção ao q virá depois, pois a morte vem para todos, irremediavelmente, e talvez naum exista nada depois dela.

Horácio dizia que até mesmo quando nos apaixonamos loucamente estamos desperdiçando valiosos momentos da vida, pois a paixão enche nossos corações de fortes sentimentos. Se por acaso naum formos correspondidos, ou nos decepcionarmos, esses fortes sentimentos se tornarão nocivos, e diminuirá nosso aproveitamento da vida como ela se entrega a nós. E mesmo q sejamos correspondidos, esse alvo da nossa paixão, pode nos deixar antes, morrer cedo, e assim, nós ficaremos tristes, solitários, e sofreremos, mais uma vez naum aproveitando os bons momentos da vida como deveríamos. Assim, Horácio dizia q o melhor a se fazer, eh amar sim, mas com moderação, um amor tranquilo, até bobo. Pra q naum passemos por esses ‘problemas’.
O poeta tb amava a natureza, e sempre a citava, muitas vezes comparando a fragilidade da vida humana, com a força da natureza. Falava q a natureza eh cíclica, e se renova, como vemos nas estações do ano. Primeiro a Primavera, q simboliza a juventude, época q florescemos, crescemos, descobrimos tudo, onde tudo eh colorido (ou tudo são flores como se diz atualmente); depois o Verão, a fase adulta, o auge da vida, a fase mais quente, mais viva, onde tudo está no limite o tempo todo; daih então vem o Outono, e as coisas comoçam a cair, literalmente no caso do corpo humano, nossas resistências diminuem, já estamos passando da maturidade, já vivemos nosso auge, e hj nos contentamos com mto menos do q ja fomos e tivemos, estamos esfriando, e se preparando pra época mais dura, q no caso, eh o Inverno, o fim do ciclo, o mais cinzento, mais frio, a despedida melancólica, qnd naum conseguimos mais controlar nosso corpo e mente, q estão entregues á frieza do tempo. Aih então o ciclo se reinicia. A vida na natureza desperta de novo, e começa uma nova primavera, algo q os humanos nunca sabem se terão denovo. A vida humana segunda Horácio, eh linear.
Vou colocar aki, um Poema de Fernando Pessoa, que nesse poema assina como Ricardo Reis, um de seus vários heterônimos. “Ricardo Reis” seguia a filosofia de Carpe Diem, e nesse poema fica bem clara toda idéia q Horácio tentou passar:
Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio.
Sossegadamente fitemos seu curso e aprendamos
Que a vida passa, e não estamos de mãos enlaçadas.
                                 (Enlacemos as mãos.)

Depois pensemos, crianças adultas, que a vida
Passa e não fica, nada deixa e nunca regressa,
Vai para um mar muito longe, para o pé do Fado,
                     Mais longe que os deuses.

Desenlacemos as mãos, porque não vale a pena cansarmo-nos.
Quer gozemos, quer não gozemos, passamos como o rio.
Mais vale saber passar silenciosamente
        E sem desassossegos grandes.

Sem amores nem ódios, nem paixões que levantam a voz,
Nem invejas que dão movimentos demais aos olhos,
Nem cuidados, porque se os tivesse o rio sempre correria, 
                      E sempre iria ter ao mar.

Amemo-nos tranquilamente, pensando que podíamos,
Se quiséssemos, trocar beijos e abraços e carícias,
Mas que mais vale estarmos sentados ao pé um do outro
                  Ouvindo correr o rio e vendo-o.

Colhamos flores, pega tu nelas e deixe-as
No colo, e que seu perfume suavize o momento – 
Este momento em que sossegadamente não cremosem nada, 
                           Pagãos inocentes da decadência.

Ao menos, se for sombra antes, lembrar-te-ás de mim depois,
Sem que minha lembrança te arda ou te fira ou te mova,
Porque nunca enlaçamos as mãos, nem nos beijamos
                  Nem fomos mais do que crianças.

E se antes do que eu levares o óbolo ao barqueiro sombrio,
Eu nada terei que sofrer ao lembrar-me de ti.
Ser-me-ás suave à memória lembrando-te assim – à beira-rio,
            Pagã triste e com flores no regaço.

Bonito. Pra mim fica bem claro aih tudo q o Horácio pregava. E até ler sobre ele, seus poemas (chamados de        ODES), eu tinha uma otra idéia de Carpe Diem. Eu via mais como o jeito do Cazuza de levar a vida, viver intensamente. Mas pra Horácio naum era bem assim. E sinceramente, axo interessante, mas na moral, viver comedidamente? Fala sério! Se eh pra viver como se naum houvesse amanhã, SE JOGA! VIVA PORRA! Como deve ser tirste vc perceber, no seu último instante de vida que vc nunca sofreu por amor, q nunca nadou nu, q nunca ficou doente por tomar uma chuva boladona, enqt jogava bola, ou andava de bicicleta, ou tava numa micareta apesar de odiar o ritmo (OI ROBSON!), enfim, fazer uma loucura, insanidade msm, mas ter aproveitado aquilo, tenha sido bom ou ruim, pois a vida eh isso, momentos bons e ruins. Axo mto mais válido perceber q vc naum fez tudo que poderia/deveria, mas q vc pelo menos TENTOU fazer akilo q GOSTARIA. 
Pra mim, isso sim eh CARPE DIEM.
PS.: Soh pra constá, graças tb a aula de latim, tive q assistir a um filme, q sempre tinha ouvido falar, mas nunca tive curiosidade de assitir. Assisti, pois tinha q fazer um trabalho sobre ele. Hj, posso dizer q eh um dos melhores filmes q já vi: Sociedade dos poetas mortos. Provavelmente farei um post sobre ele qq dia desses. Soh naum faço agora pq esse aki já ta grande o suficiente.
Bela forma de se terminar o post, naum? XD

Um comentário

  1. OI TYROG huahuahauahuahuaSó eu n gostava né? XDGostei do post, n li o poema todo pq eh chato… ou to sem saco, mas foi um dos q menos me motivaram a ler (incluindo poemas e qq outra coisa, ate seus posts gigantes da epoca de flog XDE ainda me deixou chateado… pq eu sempre paro pra pensar em como é estar morto… e a parte de amar… estou com medo de n ir para o mesmo lugar q a Fê.. abcs mano.

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