Crítica | Noites de Trevas – Metal

Dificilmente eu me dou o trabalho de escrever sobre algo que acho ruim. É um tanto sem sentido perder tempo pra falar mal de algo que consumi. Mas dessa vez fiquei tão indignado com o dinheiro mal gasto que precisei falar para que outros não façam o mesmo.

Não estou muito certo de que entendi a história e, se entendi, achei muito ruim. Trata-se de um plot muito confuso e que exige muita boa vontade e paciência do leitor, é preciso querer muito acreditar naquela loucura toda que se lê.

E quando falo loucura e bizarrice, é bem literal mesmo. Pense em um ‘megazord’ da Liga da Justiça e um Batman com uma armadura brilhante voando em um Coringa Dragão. Não é exagero, é exatamente isso. É tão tosco que o próprio Asa Noturna, que está vivendo essa história, se recusa a acreditar no que vê. Imagine quem está lendo isso.

O problema nem é essa bizarrice toda. Se fosse de propósito, pra ser tosco e fazer rir, beleza. Deadpool tá aí pra isso e a gente gosta (pelo menos eu gosto). Só que é uma história que se leva a sério. Demais até. Fica o tempo todo reafirmando que aquilo é o fim de todo multiverso que conhecemos e nos preparando pra algo que não acontece ou não chega de fato.

Se fosse uma das famosas “Crises” da DC, onde tudo é destruído e/ou rebootado, talvez fizesse mais sentido. Ou se pelo menos trouxesse consequências reais no universo DC dos quadrinhos, dava até pra engolir. Mas não é o caso.

Talvez essa história deva ser encarada como um universo paralelo, um “What if”, ou o antigo “Elseworlds” da DC. Não sei se oficializaram como tal, e se for o caso, não fica claro para o leitor comum. Eu pelo menos li achando que era um evento que impactaria no universo principal.

No fim, até fica claro que se trata mesmo de apenas uma espécie de prelúdio para uma saga que ainda viria (realmente, há ‘continuações). Mas confesso que não me despertou o menor interesse de ir atrás.

Ou seja: cheguei pra ler sem saber nada da história e saí entendendo menos ainda, se isso for possível.

Não há um momento na história que o leitor de sinta empolgado para continuar lendo, aquela coisa de ‘o que será que vai acontecer agora? Fulano morreu?! E como isso vai impactar os outros personagens?’

Na verdade, muitas vezes a gente nem tem certeza se um personagem morreu mesmo ou se foi só impressão. E quando fica claro que morreu, não causa qualquer impacto. É tipo ‘blz, morreu, que pena, vida que segue’.

Se pelo menos essa falta de emoção na história fosse compensada com cenas de ação empolgantes ou com mistérios que realmente nos fizessem ficar curiosos, interessados em desvendá-los, tramas bem elaboradas… certamente isso compensaria. Poderia ser o que se chama de ‘gibi massavéio’. Mas também não é.

Se eu tivesse que apontar pontos positivos, seriam as participações de diversos personagens da editora, até mesmo o próprio Sandman/Sonhar está na história (e com participação relativamente importante). Mas não sei até que ponto isso é realmente bom. Afinal, se você não é um leitor assíduo da DC pode ficar ainda mais perdido com o tanto de personagem ‘aleatório’.

No fim das contas Noite de Trevas – Metal é uma leitura totalmente dispensável, que não acrescenta absolutamente nada, tem explicações mirabolantes demais e de tão megalomaníaca acaba sendo desinteressante. Não vale nem de longe o valor cobrado, se estiver com pelo menos uns 70% de desconto do valor de capa, pode ser interessante pra quem é colecionador e muito fã do Batman. Fora isso, pode passar longe.

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