Não faz muito tempo que falei aqui sobre O mapa das pequenas coisas perfeitas, um filme sobre loop temporal (aqueles onde os persoangens vivem o mesmo dia infinitamente). Na minha crítica, falei sobre como esse filme traz novos elementos para esse tipo de história. E agora volto para falar de outro fille que também acrescenta muito aos filmes de loop temporal: Palm Springs.
Assim como no outro filme citado, aqui também temos um protagonista que está vivendo nesse loop por muito tempo e que não apenas está ciente disso, como também tira proveito dessa situação. Ele não está exatamente feliz com tudo, apenas aprendeu a viver ali. Ele se chama Nyles e é vivido pelo talentoso comediante Andy Samberg (que você provavelmente conhece de Brooklyn Nine-Nine ou até mesmo de Saturday Night Live).

Logo Nyles se envolve com Sarah (Cristin Milioti, que talvez você conheça como Tracy de How I met your mother). Ela acidentalmente é levada para o mesmo loop que Nyles em uma sequência que é bem WTF, mais tarde se tornando apenas um desses momentos. A química dos dois é ótima e eles conseguem entregar tudo o que seus personagens exigem, especialmente Sarah.
Pra quem não conhece a atriz, ela vai parecer no mínimo competente, mas pra quem a conhece de HIMYM e/ou quem a viu em Modern Love, vai confirmar o quão talentosa ela é. Não vemos sequer um traço de nenhuma dessas outras personagens. Ela está muito convincente em sua carga dramática intensa e consegue transitar com muita facilidade entre os momentos de humor.
Aliás, este é mais um dos muitos dramédias que tenho assistido ultimamente e que tanto têm me atraído. Os momentos de comédia são muito bons dentro do que propõem e os de drama bem densos também. É mais um filme que venho aqui recomendar dos que fazem refletir sobre a forma como levamos nossas vidas, sobre amor, rotina… todas essas coisas da vida adulta. O filme ainda inclui elementos de sci-fi e fantasia.
Como esse filme ainda não saiu em nenhum serviço de streaming no Brasil (o que deixa ‘implícito’ que para assisti-lo você terá a recorrer meios os quais não vou recomendar e que você sabe quais são), evitarei falar muito sobre o plot por enquanto. Só quero deixar frisado que não é mais um filme de loop temporal ou mais uma comédia romântica. Longe disso, é um filme que se apoia muito pouco nos clichês e traz muitos bons e novos elementos a esse tipo de narrativa.
Se eu tivesse que apontar um defeito, que aliás pode até fazer os mais sensíveis desistirem ou torcerem o nariz logo de início: há uma cena quase desnecessária nos primeiros 10 ou 15 minutos de filme que o fazem parecer comédia adolescente dos anos 90. É um tanto gratuito sim, mas não condiz com o restante do filme que trata de assuntos bem adultos de uma forma bem inusitada.

Não a toa o filme venceu o Critics Choice Awards de melhor comédia esse ano e tem 95% de aprovação dos críticos no Rotten Tomatoes e 88% da audiência. Ou seja, pode ir sem medo, passe dessa cena constrangedora no início e tenha a certeza de que vai assistir a um filme bem divertido e que ainda trará reflexões. Ah, e um final um tanto aberto ou pelo menos discutível.
[…] sua personagem é submetida. Fora que é extremamente expressiva e carismática. Quem já assistiu Palm Springs sabe do que estou falando (e quem não assistiu, deveria), mas acho que aqui ela se […]
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