Há muitos anos a ciência monitora o que rola fora do que nossos olhos alcançam, além dos nossos domínios terrestres. E isso intriga tanto que artes como o cinema e literatura estão sempre tocando nesse assunto.
Recentemente, foi lançado um livro que tem como temática esses mistérios do universo. Sua história não só convida a explorá-lo, mas também envolve com um romance que vai além das conexões que estamos habituados, sendo um verdadeiro encontro de almas.
O livro em questão é ‘Wyna, daqui a três estrelas‘ e seu autor, Gabriele Sapio, concedeu uma entrevista ao Cultura Random para falar um pouquinho sobre sua obra, suas influências e referências.
Na sequência, segue o papo que tivemos. Se preferir, pode assistir a entrevista na íntegra no nosso canal do YouTube. O link estará no fim desse post.
Cultura Random – Pra começar, fala um pouquinho sobre o seu livro, fala sobre sobre a história conta um pouquinho dele:
Gabriele Sapio – Claro, claro! O meu livro é do gênero ficção científica e o título dele é ‘Wyna, daqui a três estrelas‘. Imagine que tudo começou com sonhos lúcidos que eu tive no decorrer da minha vida. O primeiro deles foi quando eu tinha 9 anos de idade, no qual foi me apresentado a Wyna por dois seres humanoides estranhos. Incrivelmente ela estava com a minha mesma idade, e eu que sou ‘O Peregrino de Antares’ (subtítulo do livro). Eu sou o terráqueo que está sendo preparado e treinado pelas altas esferas cósmicas e espirituais para um dia encontrar ela em carne osso, não sei quando, para juntos realizarmos uma missão em benefício da humanidade terrestre, para fins de garantir que a humanidade terrestre possa trilhar, pelos caminhos da sua linha de tempo, o seu futuro positivo e brilhante. E além disso, o Peregrino de Antares, também vai encontrar na Wyna sua alma gêma, porque ela é a mulher que foi escolhida pelo universo para conviver durante a vida toda com ele. É uma história que reúne tanto elementos típicos da ficção científica, como também elementos de um romantismo especial, de uma categoria, uma modalidade específica de romantismo que é o romantismo cósmico.
CR – Você disse que conheceu a Wyna, que foi apresentado a essa história, por assim dizer, quando tinha cerca de 9 anos de idade. Como você fez para manter essa memória durante todo esse tempo? É recorrente, é uma coisa que vinha para você em sonhos com frequência? Ou você manteve anotações disso durante muitos anos?
GS – Modéstia à parte, a minha memória é cirúrgica. Eu lembro como esses sonhos me impressionaram muito, me marcaram muito, tanto na infância como na adolescência e também na vida adulta. A ponto de que eu considero entre os melhores sonhos, senão o melhor sonho que eu tive na minha vida. Eu me lembro com cada detalhe desse sonho, apesar de muitas décadas terem se passado. É como se eu estivesse vivendo lá todos os sonos, como se estivesse presente durante cada sonho sobre com a Wyna.
CR – Se você começou a ter essas experiências a partir dos 9 anos de idade e isso seguiu durante a sua adolescência, quando é que você começou a se interessar por esse tipo de histórias, como sci-fi? Você se lembra as primeiras memórias que você tem com histórias desse tipo, não só a coisa cósmica, mas de sci-fi de fantasia na literatura?
GS – Na verdade, eu fui despertado para essa esfera mais transcendental da vida mística, espiritual, já quando eu tinha aproximadamente 29 anos, 28 anos de idade. Foi quando eu comecei a frequentar um grupo, ou vários grupos ufológicos, pois eu sempre tive uma uma certa fascinação pelo mistério, por ETs, pela ficção científica. Desde criança eu não sabia explicar por que sempre tive sonhos estranhos com ETs, com mulheres alienígenas, com Atlântida também. Isso me marcou desde a praticamente os 12 anos de idade, 11 ou 12 anos. E a partir dessa época de 29 anos de idade, eu comecei a socializar com membros dos grupos sobre esses sonhos que eu tive com a Wyna e eles me incentivaram a escrever uma história e, até mesmo, futuramente escrever um livro.
CR – Quando a gente pensa em em literatura mais voltada para esse tipo de histórias, qual você diria que são suas principais influências e referências? Quais são alguns algumas obras ou alguns autores que você consumiu e que acabaram te influenciando?
GS – Para falar a verdade, não tive uma inspiração nessa ou numa outra obra específica, mas sim, eu tive uma influência de alguns autores que mesclam o romantismo com o fantástico. Aqueles autores mais do começo do século XX do final do século XIX, aqueles autores que escreviam sobre obras fantásticas na época que a ficção científica era muito impregnada de elementos fantásticos e ao mesmo tempo que tinha alguma relação com histórias românticas, com histórias que não são totalmente de ficção científica mas que tem elementos também românticos. Aqueles contos do final do século XIX, aquelas histórias sobre todas aquelas mulheres misteriosas que vagavam na mente dos escritores do século XIX, sobretudo na na Europa, onde tinham aquelas histórias urbanas, aquelas lendas urbanas do final do século XIX e começo do século XX. Então não tem um autor definido, são várias influências. Eu diria que, de certa forma, é mais uma inspiração minha.
CR – E quando saímos do âmbito literário e passamos para outras mídias, especialmente no audiovisual, quais obras de fantasia, de sci-fi e até de romance mesmo que você mais gostou, que te marcaram bastante no cinema, séries ou até quadrinhos?
GS – Eu sou um grande fã de Star Wars e também gosto de Star Trek. Ah, e outros filmes como 2001 – Uma Odisseia no Espaço, o próprio Superman, Contatos Imediatos do Terceiro Grau, ET: o extraterrestre… Superman, com Christopher Reeve, também tem algo em comum com meus sonhos.
CR – Eu vi que você é nascido na Itália e você veio pro Brasil muito pequeno. Então, a maior parte da da sua vida escolar foi aqui no Brasil, ou pelo menos grande parte dela. Então deve ter sido nesse período que você foi apresentado à literatura na escola. Que autores brasileiros que você gosta, que você já leu e consome e o que você acha interessante de literatura brasileira?
GS – Eu gostei de uma obra que eu lia durante o período no no segundo grau, de Mário de Andrade. Todos aqueles poemas de Mário de Andrade que ilustram muito bem aquela época e que me fizeram ficar fascinado pela história da literatura brasileira. Assim como a própria figura de outros grandes autores nacionais, como Machado de Assis, por exemplo, que atestam o grande brilhantismo dos autores daquela época. Eu me interessei, mas eu nunca pensei que ia escrever um livro naquela época. Eu nunca imaginava que ia escrever um livro. É como se eu fosse impelido por uma força superior, sabe? Alguma coisa que me impeliu a escrever.
CR – Você menciona que essa história da Wyna vem muito para você em sonhos, que você se vê muito lá e não é uma criação totalmente do nada. Você realmente sentiu essa história, conviveu com ela durante muito tempo, mas ao mesmo tempo, para você conseguir colocar num livro com mais de 200 páginas, talvez precisasse ter uma coisa mais de criatividade. Talvez não tenha vindo 100% para você e parte dela seja criação que você fez depois ou juntou o quebra-cabeça, até mesmo para poder criar o envolvimento do leitor na história. Então, como é o seu processo de criação? Como é para você imaginar os cenários, os personagens? Você desenha, faz storyboard ou você só pensa e já coloca em palavras mesmo?
GS – Basicamente eu lembro nitidamente dos sonhos que eu tive com ela e com base nas observações que eu tive, observando atentamente os detalhes de cada sonho, eu comecei a criar de forma mais fidedigna possível aos sonhos, desde que não quebrasse a essência da história e os detalhes principais, as características principais da história decorrente dos meus sonhos. Eu colocava criatividade para tornar a história mais envolvente, basicamente, permanecendo fiel ao que eu via nos nos sonhos.
CR – Isso me dá um link para a próxima pergunta: o livro tem um subtítulo que é ‘O Peregrino de Antares’ (que você já colocou como sendo você o personagem principal, seu eu lírico por assim dizer). A gente pode esperar continuações dessa história? Ela está aberta ainda? Ou talvez outras histórias, não do Peregrino de Antares, mas de outros personagens ainda nesse mesmo universo, nesse mesmo mundo?
GS – É possível, é possível! Já vai ter uma uma continuação futuramente, já está certo que vai ter uma continuação.
CR – Tenho agora uma outra curiosidade, que como falei, faz um link com o que você falou antes que é: essa história da Wyna e do Peregrino veio para você ao longo de décadas; então essa história vem acontecendo ao longo de décadas, então tem muita coisa que aconteceu ali. Mas em algum momento há uma possibilidade dessas histórias acabarem, não ter mais uma história nova. Você tem que dormir e torcer pra sonhar e que você vá sentir, viver aquilo ali de novo. Então a dúvida que fica é: tem material para bastante coisa? Você conta com continuar vivendo essas histórias?
GS – Sim, eu vou continuar em outras obras criando, procurando ser o mais fiel possível à história do primeiro livro, a partir do que eu já construí no primeiro livro e tendo como ponto de referência para desenvolver em outras histórias futuras.
CR – Então isso significa que a história do Peregrino termina? Ela tem início, meio e fim, mas ao mesmo tempo dá margem para continuações, certo? Por que você coloca como se tivesse que atingir um bem maior pra humanidade, pra existência e tudo mais. Então de repente pode mostrar o que vem depois disso, né?
GS – Exatamente! O futuro da humanidade em uma visão otimista, uma visão da humanidade que atingiu um alto estágio de evolução espiritual, científica e tecnológica. Uma humanidade que encontrou a resposta para os seus mais diversos males.
CR – Isso vai muito de encontro com o que você falou sobre ser fã do Superman! Me lembra a ideia de como era Krypton, que era esse lugar né, uma utopia?
GS – Exatamente! Uma utopia que vai também se repetir aqui no nosso planeta, só que nós temos que ter aquela disciplina que os antarianos têm, no sentido de perseguirem todo dia em uma espécie de rotina de meditações, de contato com a natureza, para acenderem para a quinta dimensão, que vai ser o futuro brilhante da Terra. E nós temos que dar nossa parcela de contribuição e é justamente por isso que os antarianos estão aqui entre nós, reencarnando entre nós. Justamente para nos inspirar, motivar e estimular a vivermos em um paraíso terrestre utópico. Mas depende de nós seguir esta estímulo com disciplina e com fé no positivo ser, tendo pensamentos e vibrações positivas.
CR – Você teve uma perseverança de anos enquanto amadurecia essa ideia que você nem sabia que queria transformar em livro. Você só vivia as experiências. Então, ao longo de tanto tempo da sua vida, você conviveu com essa história e só agora já muito tempo depois lançou um livro contando essa história. Que conselho você daria para alguém que quer se tornar um escritor, que gostaria de escrever histórias e que já tem muitas histórias e nunca mostrou para para outras pessoas, ou nunca acreditou que alguém pudesse se interessar além dele mesmo?
GS – São três coisas: em primeiro lugar, acreditar que todo sonho é possível. Inclusive, a mensagem essencial do livro é que todos acreditem em seus sonhos, mesmo que possa parecer quase impossível de ser realizado um dia, mas nunca percam a fé, persistam até concretizar os vossos sonhos. Em segundo lugar, dêem asas à imaginação, não se preocupem, o céu é o limite. E em terceiro lugar, deixem se valer da criatividade ao máximo.
CR – Como você começou essa história com 9 anos de idade, o que que você diria se você tivesse (e já que a gente tá falando de fantasia e de sci-fi) uma Tardis do Doctor Who, pudesse voltar no tempo e ver você de 9 anos, o que você diria para para para essa criança?
GS – Sobre seus sonhos e seu futuro e tudo mais. Se eu tivesse uma máquina do tempo, tipo aquela do HG Wells, a primeira história de máquina do tempo, eu diria para mim mesmo, o eu meu eu do passado: realize tudo antes, faça tudo que deveria fazer antes. Não demore tanto tempo como eu demorei. Realize todos os sonhos, comece desde agora a realizar. Não perca tempo, nemum segundo. Vá atrás do seu sonho, não se preocupe com ninguém nem se pensarem que é louco, que é ‘autista’, que é que vive no mundo da lua, que viaja na maionese. Não interessa! Vá atrás do seu sonho e seja feliz agora e não espere tempo!
CR – É perfeito porque eu acho que casa justamente com a história que você tá contando, já que você falou que é uma visão otimista…
GS – A mensagem principal do meu livro é ‘acredite nos seus sonhos sem se preocupar com nada, somente em ser feliz’
CR – Gabriele, agradeço muito pela oportunidade! Desejo que você tenha bastante sucesso e quero ver o livro, quero ver as continuações! Fiquei bastante interessado!
GS – Claro! E vamos ter contato para futuras conversas, inclusive! Obrigado, eu também agradeço! E vamos ter outras oportunidades futuras, um abraço!