Dia Mundial do Rock | Minhas Influências

Eu tenho feito muitas coisas ao mesmo tempo o que me leva a um certo ‘bloqueio criativo’ ou talvez um ‘pequeno burnout’. Por isso estou escrevendo pouco aqui. Mas logo consigo me ajeitar.

Mesmo assim, quando notei que hoje já era dia 13 de Julho, pensei que não poderia deixar passar em branco o Dia Mundial do Rock. Então, pensei no que escrever sem precisar de muita inspiração. Tinha que ser algo pessoal. Talvez minha relação com o estilo. Resolvi falar sobre minhas influências, como passei a curtir rock e o que (ou quem) teve mais influência nisso.

Bom, não sei dizer exatamente quando comecei de fato a gostar de rock, mas sei que no fim dos anos 90, lá por volta de 1997 ou 1998 eu tive ciência de que gostava. Passei a prestar atenção nos nomes dos artistas, procurava/memorizava letras e me interessava por conhecer mais coisas parecidas com os que eu gostava.

Nessa época, se você me perguntasse quais eram minhas bandas favoritas, muito provavelmente eu diria Legião Urbana e Guns N’ Roses. Nesses dois casos, a influência maior era meu irmão.

Mais cedo um pouco nos anos 90, na primeira metade, eu ainda era criança e ouvia basicamente o que os adultos ouviam no rádio ou nos discos/fitas. E lá em casa sempre houve uma certa variação nos estilos. Porém, o mais tocado era rock mesmo. Meu pai e meu irmão ouviam sempre.

Só que eu passava a maior parte do tempo só com meu irmão, já que meus pais trabalhavam muito. Então eu acabava ouvindo com mais atenção o que ele ouvia. E nessa época, essas duas bandas estavam em alta. Sendo que o Guns era um fenômeno, e tocava o tempo todo em todos os lugares.

As rádios Cidade, Transamérica e RPC tocavam um mix que puxava mais para o pop e rock. E, inevitavelmente, tocavam muito dessas duas bandas, entre outras que tambpem faziam sucesso na época como Nirvana, Pearl Jam, Titãs, Cazuza… Sobretudo em seus programas estilo ‘top 10’.

Meu irmão tinha os discos da Legião. Ele gostava bastante do álbum ‘Que país é este’. Já eu, me lembro de ter escutado em loop o ‘As Quatro Estações’. Meu tio, que até mais ou menos metade dos anos 90, morava na casa da minha vó (que ficava ao lado da minha), também ouvia muito rock nacional.

Dele, a influência maior no meu gosto foi Titãs, até hoje uma das (se não a) minhas bandas nacionais favoritas. Ele também ouvia muito Barão Vermelho, mas não me pegou muito na época, apenas uma coisa ou outra.

Meu irmão também tinha uns amigos que curtiam rock. Algumas vezes eles iam lá em casa, outras poucas eu ia nas deles. Assim conheci (mas não curti tanto na época) coisas que meu irmão não ouvia tanto em casa, como Iron Maiden e um pouco de punk.

Acontece que se foi criança/adolescente nos anos 90, é impossível ter passado indiferente ao fenômeno Mamonas Assassinas. Eu era e sou ainda muito fã dos caras. Me lembro de como chorei na época da morte deles. E talvez por esse envolvimento emocional, meu julgamento possa ser tendencioso.

Mesmo assim, afirmo que, pra mim, ele são umas das maiores bandas que já existiram. Digo isso porque além do som de muita qualidade que eles produziam, suas letras conseguiam parecer idiotas mas estavam cheia de crítica social e de poesia. Além disso, não foi a toa que se tornaram fenômeno. Divertiam e agradavam adultos e crianças. Sem falar na incrível performance no palco e um carisma que poucas vezes já se viu.

Na transição entre os anos 90 e os 2000, eu já tinha computador com acesso a internet e comecei a conhecer as coisas por conta própria. Mais ou menos. Afinal, eu era ainda muito influenciado pelo que tocava no rádio na época e o que passava na MTV, que passei a ter por volta de 2002.

E o que reinava então era o Nu Metal. E como eu curtia! Conheci e me apaixonei por Korn, Linkin Park, Limp Bizkit, Slipknot, System of a Down… E pouco depois comecei a curtir muito hardcore e pop punk (ou seja lá como for o nome dessa vertente).

Já pela metade dos anos 2000 surgiu o emo e eu também curti muito, junto com um amor crescente pelo hardcore. Eu ouvia desde Raimundos, Green Day e Offspring até CPM 22, My Chemical Romance e The Used. Mas sem nunca largar o Nu metal.

E uma curiosidade, é que quando eu ainda não sabia que gostava de rock, passei uns dias na casa de um primo que, na época, estava numa vibe skatista e ouvia bastante punk e ska, mas também Bob Marley e Sepultura. Uma vez, fui ao quarto dele e ele colocou Sepultura pra mim. Me lembro de ter pensado algo como ‘como é que alguém gosta disso?! É horroroso!’. Alguns anos depois eu passei a curtir muito a banda e o estilo.

Eu posso dizer que mais ou menos dos meus 13 até uns 22 anos eu ouvi muita música, ou melhor, muito rock. Eu era realmente fissurado por descobrir bandas, conhecer as letras, e especialmente assistir clipe.

Também foi nessa época que eu fiz meus próprios amigos, a maioria deles são grandes amigos até hoje. Através deles, alguns dos quais até tinham suas próprias bandas (de algumas eu até fiz parte cantando), eu conheci muita coisa também e passei a entender mais da parte técnica, de enxergar e ouvir música como arte e ao mesmo tempo uma habilidade adquirida e desenvolvida.

Antítese: a melhor banda da qual fui membro eventual

A maior influência dessa época, muito provavelmente é o gosto por Metallica e Pearl Jam, bandas que hoje considero umas das que mais gosto. Curiosidade: com esses amigos também conheci Oficina G3, considerada ‘rock gospel’. Eu, que nunca fui muito religioso, curto muito os caras.

É importante mencionar também a fase que foi mais ou menos dos 17 aos 21 anos onde eu saía muito com galera, especialmente pra eventos de rock onde a gente enche a cara de bebida barata. Conheci muita coisa e muita gente nessa época. Foi a época mais ‘rockista’ (poser) da minha vida. Ou pelo menos quase isso. Mas não arrependo de nada nem sinto vergonha, pelo contrário, formou caráter e trouxe experiência.

Com a maturidade, pude observar de onde de fato veio isso, esse amor pelo rock. E por mais que eu tenha citado meu irmão como principal fonte lá no início, na verdade mesmo, eu me acostumei a ouvir rock foi com meu pai. Eu percebi que gostava com meu irmão, mas aprendi a ouvir com meu pai.

Meu pai adorava música, tanto, que uma das primeiras coisas que eu me lembro de ele ter comprada com conseguiu um dinheirinho foi um aparelho de som moderninho. E ele sempre colocava alto quando minha mãe não estava, nos fins de semana ouvia seus cds, e antes disso, ainda no som antigo, seus vinis.

Agora mais velho, bate um saudosismo enorme toda vez que escuto Pink Floyd, Peter Frampton e, principalmente Dire Straits (sem dúvida, sua banda favorita). Eu nunca fui tão fã desses caras, mas também nunca detestei. Hoje, nostalgia e saudade à parte, eu curto bastante.

Como deve ter dado pra notar, desde pequeno tive diversas influências que moldaram meu gosto por rock de tal forma que hoje sou uma colcha de retalhos que aos olhos de um purista não tem personalidade. Eu vejo como alguém que aprendeu a apreciar o estilo e suas vertentes sem medo e vergonha de admitir do que gosta e se identifica. E acho que isso pode ser levado pra todos aspectos da vida.

Então, concluo que meu gosto musical e a forma como ele se moldou através das diversas influências, reflete quem eu sou hoje e como vejo o mundo, bem como os valores e as coisas nas quais acredito.

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