Crítica | Fleabag

Comecei Fleabag há um tempo por influência do Omelete, basicamente. Ok, vi uma galera falando da série, mas eles que me convenceram. E que bom que vi.

Já falei num vídeo que fiz com a Alice sobre a série, mas demorei esse tempo todo pra acabar. Normalmente sou lento mesmo pra assistir séries. Mas se você não é, mata Fleabag num dia só. São apenas duas temporadas de 6 episódios cada e com cerca de meia hora de duração cada.

E olha, uma das coisa mais curiosas da série é justamente a duração. Pois parece que é muito mais do que isso, de tão intensa que ela é. Acredite, a história é muito bem desenvolvida e você não percebe o tempo passar, mas ao mesmo tempo que parece que dura muito… Não dá pra explicar, mas tenha certeza que isso é um bom sinal.

A série é a melhor definição de dramédia. Nos primeiros três episódios, parece até que ela vai ser uma comediazona mesmo, rasgada, bobona por vezes. Mas logo o jogo vira e o drama pesado bate forte. Sem deixar a comédia ácida, rápida.

Aliás, essa velocidade das coisas é de tirar o fôlego. A protagonista (que curiosamente não sabemos o nome!) fala rápido demais, os diálogos podem te deixar perdidos se você não for habituado ao ritmo, o timing de piada é único e em alguns episódios os cortes são frenéticos. Mas, novamente, tudo isso é ótimo.

Essas características fazem da série única, nunca vi nada igual. E isso porque nem falei do roteiro ainda. Ela conta as desventuras da protagonista em suas relações, sejam elas ‘amorosas’, de amizade e, principalmente, familiares.

É incrível como em tão pouco tempo conseguimos ver tantas camadas dos personagens, rimos e choramos juntos com eles. Sentimos pena, raiva, medo… empatia. Eu queria ser amigo dela, rir com ela, abraçar quando ela sofre (e como sofre).

Outra coisa maravilhosa da série é a quebra da quarta parede. Eu sei, temos visto bastante disso. Mas nessa série, esse conceito é levado a outro nível. Ela faz o tempo todo, sempre muito bem feito, nos tornamos cúmplices de tudo que ela faz e pensa. Somos os melhores amigos dela.

E mais: se você já leu mais de uma HQ do Deadpool, sabe que ele faz bastante isso e até conversa com as vozes na sua cabeça. Sim, vozes. No plural. E em algum momento, sabemos que ele sofre de esquizofrenia. E chega até ao ponto de nos sentirmos mal por estarmos achando engraçado rir de um cara doente.

Não a toa, Phoebe Waller-Bridge, que é a protagonista e roteirista da série, foi super premiada e aclamada pela obra. Ela é fantástica, transita com muita facilidade entre o humor acelerado, ácido e britânico e o drama intenso. Suas expressões faciais e corporais são altamente convincentes e até parecem genuinamente espontâneas.

Na série, por vezes essa quebra é colocada como uma doença, e a personagem, nos faz ficar na dúvida se é mesmo essa a razão. E aí, não sabemos se achamos aquilo legal ou não, se ela tá falando mesmo com a gente, ou se é loucura. Isso tudo muito bem feito.

Acredito que mulheres sintam mais a série do que homens, mas nada impede que homens não curtam muito, como eu curti. Dá pra aprender e sentir muita coisa com Fleabag. E eu acho que se você não viu, está perdendo tempo. Corre pra Amazon Prime Video e comece a ver, acho que você vai querer maratonar.

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