Resenha | Universo DC vs He-Man e Os Mestres do Universo

Desde que comecei a ler quadrinhos ocasionalmente em meados dos ano 90, uma coisa que estava muito em alta naquela época sempre me fascinou: os crossovers. Mesmo os que hoje vejo que eram bem fracos, como os Marvel vs DC (ainda que estes estiivessem atravessando seu auge), eles faziam o fanboy recém desperto em mim vibrar e até hoje fazem.

E os melhores crossovers pra mim, são aqueles que unem universos que aparentemente não tem a menor relação. Personagens que eu nem imaginaria que poderiam um dia conversar entre si. Foi uma sensação inexplicável ver o encontro entre Ryu e Wolverine, em X-Men vs Street Fighter, no primeiro game do que viria a se tornar uma franquia Marvel vs Capcom.

Sempre que posso, procuro HQs desses eventos que unem personagens sem conexão. Há pouco tempo, a DC começou a lançar histórias com personagens do universo Hanna Barbera e Looney Tunes. Da mesma forma, surgiram vários crossovers desses universos. Alguns bem divertidos, outros apenas ‘interessantes’.

Dia desses chegou em minhas mãos um que estava bem curioso para ler, especialmente após assistir a nova série da Netflix: Universo DC vs He-Man e os Mestres do Universo. E não é que superou as expectativas? Assim como a animação, a HQ mostra uma versão bem diferente da que conhecíamos dos personagens de Eternia, uma visão mais madura deles.

Nessa história, Esqueleto foi trazido de Eternia para a Terra, no mesmo Universo dos super heróis da Liga da Justiça. Ele está drenando a magia desse universo e a redirecionando para um “mestre”, alguém que lhe trouxe de volta à vida após ter sido derrotado por He-Man.

Enquanto isso, em Eternia, os Mestres do Universo enfrentam as hordas de Hordak, que está impondo um duro e violento regime opressor. Em sua batalha rebelde, He-Man, Teela e o Mentor (Duncan), acabam encontrando Maligna que estava confinada devido a um segredo que ela sabia e poderia causar a derrocada de Hordak.

Assim, da mesma forma como acontece na série Netflix, os Mestres do Universo precisam se unir à sua inimiga por um bem maior: tirar Eternia das mãos de Hordak. Para isso, precisam cruzar as barreiras que separam seu mundo da Terra e impedir que Esqueleto seja bem-sucedido em sua missão.

Porém, quando fazem isso, acabam causando um grande mal entendido, já que o vilão já havia procurado a Liga da Justiça para dominá-los (e até teve certo sucesso). Assim, os heróis da Terra entram em rota de colisão com os de Eternia.

E aí que o crossover pega fogo e faz o fanboy em mim vibrar. As batalhas são ótimas, com direito a situações completamente inesperadas e até chocantes. É claro que eventualmente os heróis se unem e acabam tendo que encarar o tal “mestre” do Esqueleto, inclusive buscando sua redenção.

Falando sobre a adaptação desses personagens e como eles se encaixam nesse universo, tudo funciona muito bem. Há pouca mas considerável divergência em relação a forma como estamos acostumados a vê-los. Também são ligeiramente diferentes do que vemos na adaptação Netflix. Ficam em um meio termo.

Talvez a maior diferença está em Teela, que aqui é um tanto ácida, sarcástica até. E também o Gato Guerreiro, que não fala. Fora detalhes nas roupas, que estão um pouco mais táticas e menos “anos 80 demais”. Pra mim, encaixam perfeitamente com a maturidade da trama (lembrando que dá pra ser maduro e fantástico ao mesmo tempo). E ainda assim, os trajes continuam sendo sexy.

Se há um ponto que poderia ser melhor, é o desenvolvimento dos personagens. Como quase sempre acontece nesse tipo de crossover, todos ficam um pouco jogados demais, até porque é muita gente pra dar espaço. Seria bem legal ver uma relação mais bem elaborada entre alguns deles, como Teela e Diana juntas, ou Duncan e Batman. Os únicos que têm essa chance, são Superman e He-Man. Mas não chega a ser um problema, não estraga a experiência.

No fim, temos uma baita história de heróis com muita magia envolvida e ótimas cenas de ação que qualquer criança dos anos 80 e 90 nem sequer sonharia ver, mas certamente amaria.

Universo DC vs He-Man e os Mestres do Universo é uma grata surpresa e entretém a todos: os fãs de DC, os fãs de He-Man, os de super-heróis em geral e, principalmente, o fã de crossovers que ama ver uma farofada, sem deixar de ter muita qualidade. Como foi lançada por aqui em 2014, seria uma boa se a Panini aproveitasse o hype da série Netflix e relançasse.

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