Em Setembro de 2020 assisti a cerimônia do Emmy e acabei conhecendo várias séries que mereciam atenção. Até falei sobre isso aqui. Dessas, apenas comecei Ozark (achei bem interessante mesmo), mas acabei ainda não dando continuidade. E quando peguei os 7 dias gratuitos do Paramount + pra assistir Caça-Fantasmas, aproveitei pra maratonar Schitt’s Creek, a que mais me interessou nesse Emmy.
E que bom que o fiz. A série fez mesmo por merecer ter levado sete Emmys em sua última temporada, isso sem falar as outras premiações que já havia conquistado ao longo de outras temporadas.

Como disse no texto das ‘auto recomendações’, realmente a série tem uma premissa um tanto parecida com Sai de Baixo e Vai que cola, pois vemos uma família rica e ‘fresca’ que vai morar em lugar muito mais humilde e não tem o menor tato pra lidar com isso.
A ideia inicial se desenrola nos primeiros 10 minutos da série. Johnny Rose (Eugene Levy) é o pai que foi enganando por seu contador e tem seus bens tomados para pagar uma dívida milionária com a receita federal. Incluindo a casa. Sua família então é obrigada a sair da mansão e não tem pra onde ir. Exceto pelo fato de que há alguns anos, Johnny havia comprado uma cidade por conta de uma piada com seu filho David (Daniel Levy).

E então eles, a mãe, Moira (Catherine O’Hara) e a filha Alexis (Annie Murphy) se veem exilados na pacata cidade de Schitt’s Creek e vão morar no Motel da cidade, vivendo às custas de favores e com os poucos itens que conseguiram trazer na bagagem sem serem confiscados.
Mas é muito mais que apenas isso. É a história de uma família que precisa se reerguer e se encontrar enquanto, pela primeira vez, constrói relações humanas reais entre si e com os moradores dessa cidade onde foram morar.
Schitt’s Creek tem momentos absolutamente hilários e outros desconcertantemente sensíveis, e em todos eles, os atores atuam de forma espetacular. Não a toa, nessa chuva de premiações no último Emmy, eles levaram todos os prêmios de atuação a que concorreram.

No início, é difícil desenvolver qualquer empatia pela família que é rica e mimada e um tanto desagradável de tão esnobe. Mas eles são seres humanos, e como tal, acabam aos poucos mostrando suas nuances. E são elas que fazem de todos estes personagens, incluindo os nativos da cidade, incríveis e amáveis.
Até mesmo personagens como Roland (Chris Elliott), Jocelyn (Jennifer Robertson), Stevie (Emily Hampshire), Patrick (Noah Reid), Twyla (Sarah Levy) e Ted (Dustin Milligan) são adoráveis e cada um nos faz amá-los aos pouquinhos. É incrível como ao chegar no final da série, conseguimos ver com clareza que todos eles, desde os protagonistas até os ‘menores’, cresceram e tiveram um bom desenvolvimento.
E como já disse, é sobre isso que é a série. Sobre crescer e se tornar um ser humano melhor, sobre se descobrir ou reinventar. Aprendemos que cada um contribui e acrescenta pelo menos um pouquinho (as vezes é muito mesmo) na vida daqueles com quem nos relacionamos.

Schitt’s Creek é uma lição de vida recheada de gostosas gargalhadas e momentos de fofura. Seu único problema é a dificuldade em assisti-la (legalmente) no Brasil atualmente, espero que chegue logo em um streaming mais acessível. Recomendo a todos e desafio a não se apaixonarem por esses personagens, bem como escolher seu favorito.
[…] quena verdade não é assim muito parecida, mas super valeu a pena. Depois me apaixonei por Schitt’s Creek, que definitivamente não tem nada a ver. Logo vieram Parks and Recreation e Modern Family, juntas. […]
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