Crítica | Shang-Chi

Pantera Negra e Capitã Marvel foram marcos no MCU. Graças a eles, mais fãs passaram a se sentir representados nas telas e isso resultou em bilheterias bilionárias. Se não fosse a pandemia ainda em curso, Shang-Chi poderia estar ao lado deles.

Mas isso não significa que o filme é incrível, como Pantera Negra é (tanto que levou 3 Oscars). Ele está mais próximo de Capitã Marvel, sendo um filme divertido e importante, mas não exatamente memorável.

É claro que não estou no lugar de fala para avaliar adequadamente sua importância no que diz respeito à representatividade e o quanto ele acerta ou erra na representação da cultura chinesa. Por isso, nem entrarei nessa questão.

Mas no que diz respeito à diversão, à história de origem e à jornada do herói em geral, dá pra dizer que o filme se contenta em fazer o feijão com arroz e seguir a tal ‘fórmula Marvel’. Ele é bem bonito e tem, obviamente, excelentes cenas de luta. Também se preocupa em ‘remendar’ alguns pontos que foram muito criticados quando o Mandarim foi (mal) utilizado em Homem de Ferro 3. Não sei dizer bem o que achei desse remendo, minha opinião ainda está bem dividida. Preciso rever o filme e talvez esperar pra ver como ele se encaixará no futuro do MCU.

Acho que eu não estava esperando um filme com tantos aspectos de fantasia, pois o pouco que conhecia do personagem, me levava a acreditar que seria algo mais ‘pé no chão’, com foco ainda maior nas artes marciais e talvez aprofundando na questão da máfia ou terrorismo, seja lá o que a organização “Os Dez Anéis” fizesse. Mas me enganei. Fala-se muito pouco disso e as lutas são bem pontuais (apesar de ótimas).

Outra coisa que ficou quase como um easter egg foi a respeito de uma cena em particular que chamou bastante atenção de quem assistiu ao trailer: a luta entre Wong e o Abominável. É quase gratuito dentro da história do filme, conectando-se pouco e apenas na última cena do filme, além da cena pós-créditos (ainda não as vi, mas soube que tem conexão).

Como destaque, deixo o carisma do casal protagonista do filme: Simu Liu (Shang-Chi) e Awkwafina (Katy). A personagem que é a melhor amiga do herói (e possível interesse amoroso) é muito engraçada e acaba se revelando mais do que um simples alívio cômico. Destaque positivo também, mas com algumas ressalvas, para o vilão principal. Tony Leung Chiu-Wai mescla uma boa atuação entregando um Mandarim com muitas camadas (talvez isso desagrade os fãs mais ‘puristas’ do personagem) mas ao mesmo tempo não parece atingir o tom de ameaça que deveria. Em nenhum momento eu senti que ele poderia derrotar o herói ou que era uma ameaça real ao mundo ou ao universo.

Em contrapartida, o vilão secundário Razor Fist, interpretado por Florian Munteanu, é quase uma planta, sem carisma algum. Totalmente esquecível, a princípio, ficando ao lado de vilões genéricos como o/a Treinador(a) de Viúva Negra, Ossos Cruzados de Capitão América: Guerra Civil e Fantasma, de Homem-Formiga e a Vespa. Gostaria de ver um pouco mais dele ainda.

No saldo final, Shang-Chi é um filme divertido que cumpre seu papel de entretenimento, além de apresentar um personagem que ainda pode render bastante no futuro do MCU. Mas não é um filme memorável e, dificilmente, terá o sucesso nas bilheterias que poderia ter se não fosse ainda a pandemia. Mesmo com o enorme mercado asiático que ele pode conseguir, aqui no oriente ele, muito provavelmente, será apenas um filme ‘ok’.

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